Março de 2021 sinalizou o início da mudança tão esperada do Google para a indexação mobile-first para todos os sites. Para celebrar a mudança, analisamos o cenário de pesquisa para ver como as tendências de dispositivos móveis e computadores tomaram forma nos últimos anos, com duas áreas de foco para orientar nosso estudo:
- Entender como as tendências de tráfego e o comportamento do usuário no celular se comparam ao desktop, analisando os dados de tráfego dos 1.000 domínios mais visitados dos Relatórios Globais da Classificação de tráfego para anos anteriores.
- Para destacar as diferenças de SERP entre dispositivos móveis e desktops, pegamos as 50.000 palavras-chave principais por volume de pesquisa do banco de dados dos EUA da Semrush e comparamos os resultados da pesquisa.
Estudo: Mobile X desktop – principais descobertas
- O tráfego de pesquisa aumentou 22% no último ano para os 1.000 sites mais visitados do mundo.
- 66% de todas as visualizações de sites vieram de dispositivos móveis nesse período.
- As taxas de rejeição foram maiores e o tempo total no site foi menor em ambos – dispositivos móveis e desktops, indicando que o engajamento do usuário está se tornando cada vez mais difícil de alcançar.
- Apenas 17% dos sites mantiveram suas posições nas SERPs no mobile e desktop, e 37% dos URLs foram eliminados dos 10 primeiros resultados para consultas feitas de um dispositivo móvel.
Vamos falar dessas descobertas com mais detalhes e ver o que elas podem significar para você.
Tendências de tráfego na pesquisa global
Comparando os dados de pesquisa dos 1.000 sites mais visitados no mundo, vemos que o volume de tráfego absoluto aumentou 22% no último ano.
Além disso, esses sites estavam atraindo 10% do tráfego global total em um período anterior, mas esse número dobrou para 20% no final do último ano. Esse tráfego era predominantemente vindo de dispositivos móveis, gerando cerca de 66% de todas as visitas ao site, enquanto a participação do tráfego de desktop também foi maior.
Isso foi em grande parte devido à pandemia, mas é um sinal claro do domínio global desses sites: quanto maiores forem, mais tráfego atrairão quando mais pesquisas forem realizadas no celular e no desktop.
Sinais de engajamento para dispositivos móveis e desktops
Junto com o aumento nos níveis de tráfego, veio um aparente declínio no engajamento do usuário, à medida que indicadores de comportamento, como taxa de rejeição e tempo no site apresentaram uma tendência negativa consistente na pesquisa em dispositivos móveis e desktop.
Tempo médio no site: mobile x desktop
As visitas feitas usando desktops foram 40% mais longas do que em dispositivos móveis. O tempo médio no site para os usuários de desktop aumentou 3%, enquanto o correspondente no mobile continuou seu declínio.
No entanto, os usuários estão gastando menos tempo em sites desde períodos anteriores, independentemente do dispositivo que usam – talvez seja mais um sinal de que os períodos de atenção estão ficando cada vez mais curtos.
Taxa de rejeição média: mobile x desktop
O aumento no tempo no site para os usuários de desktop também levou a um aumento na taxa de rejeição média durante o último ano. De visitas por meio de dispositivos móveis, registrou-se uma taxa de rejeição média 3% maior do que em desktops, embora essa diferença tenha diminuído para apenas 0,2% no final do ano.
Isso sugere que as marcas precisam realizar mais esforços para engajar os usuários, cada vez mais exigentes, no mobile.
Mobile x desktop: diferenças nas SERPs
Além do comportamento e engajamento do usuário, vimos como esse domínio do mobile já está afetando os resultados de pesquisa do Google. Nossa análise das 50.000 consultas de pesquisa mais populares revelou alguns sinais do que está por vir nas SERPs na era de mobile-first.
URLs e domínios: quantas páginas e sites perdem visibilidade na pesquisa mobile?
Nos resultados da pesquisa móvel, uma pequena fração das páginas pertence a domínios m-dot, que são projetados especificamente para dispositivos móveis. Isso significa que a maioria dos sites analisados é compatível com dispositivos móveis.
No entanto, isso não significa que eles conseguiram manter suas posições nas SERPs em comparação entre dispositivos móveis e desktops. Apenas 11% mantiveram as mesmas posições nas pesquisas no desktop e mobile, enquanto que, no nível do domínio, esse número sobe para 17%.
Além disso, 31% dos URLs e 8% dos domínios desapareceram completamente dos resultados de pesquisa do Google quando acessados do celular. O principal a ser lembrado aqui é que sair das primeiras posições no celular terá um efeito mais dramático no tráfego do que isso aconteceria no desktop devido ao espaço reduzido na tela.
SERPs Features
Analisamos os resultados de pesquisa para celular e desktop do Google para verificar mudanças na frequência com que determinados recursos SERP aparecem. A escolha do dispositivo não pareceu ter tanta diferença para certos recursos, mas os usuários de desktop tiveram duas vezes mais chances de ver anúncios e snippets em destaque.
Por outro lado, os usuários de celular viram 12,5 vezes mais imagens e 3 vezes mais vídeos na pesquisa orgânica.
Principais pontos a serem levados em conta na era de mobile-first
Embora desktop tenha tido resultados um pouco melhores, a direção das experiências de pesquisa é claramente mobile-first. Aqui estão três ações que você pode realizar para se preparar para o futuro mobile:
1. Junte informações sobre as tendências de tráfego de seus concorrentes e do mercado
Utilize ferramentas de análise para identificar as médias do mercado e comparar a concorrência. Se a maioria dos principais participantes do seu nicho obtém 60% do tráfego de dispositivos móveis e você apenas 30%, verifique se há problemas potenciais em seu site.
2. Avalie o seu próprio desempenho no mobile regularmente e aja rapidamente
Utilize ferramentas de rastreamento de posição para obter atualizações diárias de suas posições no mobile para palavras-chave alvo. Monitorando métricas como visibilidade e parte do mercado, você pode acompanhar mudanças na sua presença online e reagir para superar a concorrência.
3. Crie vários pontos de contato entre os dispositivos
Não presuma que os usuários interagem utilizando apenas um dispositivo; na realidade, eles provavelmente usarão dispositivos móveis e desktops. Otimize para dispositivos móveis e facilite a mudança para o desktop para concluir uma compra, mantendo os carrinhos de compras, por exemplo.